"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Suavemente sentindo o leve som paganiensi,
Ondas a levitar meu pensamento cansado,
As cordas vibrando ritimadas ao sentimento variável,
Mostrando a incerteza do momento ou refletindo,
A mais pura imagem concretizada do ser autor.

Nesse clássico momento relaxante,
Vejo dias inglórios, de fracas vontades,
Sinto dias em extase surreal.

joão tozzi 26/10/2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A PEDRA DO PERDÃO

Bartolomeu bateu por três vezes na pedra
Fiasco de esperança, possuía em seu coração,
Para que ela se despedaçasse
E batendo ele por três vezes na pedra do perdão
Observou que a resistente rocha não se esfacelou
Jogou-a de canto e continuou a seguir seu caminho

Nobre e solitária pedra do perdão
Resistente as intempéries,
Permanece as margens dos caminhos dos homens
Astuto são os homens que se arriscam a quebra-la
Gloriosos aqueles que conseguem!

Por muito tempo, a pedra do perdão foi olhada
Porém, incompreendida foi esquecida
Era muito resistente à aqueles frágil da mente
Dura e pesada aos egocêntristas
Nem mesmo os altruístas de plantão
Ousavam quebra-la
Tinham medo que sua verdadeira essência se revelasse

Muitos homens são como cachorros domésticos
Dentro do lar são corajosos e valentes
Murmuram alto e possuem razão assustadora
Mas, basta que lhes abram os portões
Para colocarem o rabo entre as pernas
E andarem escondidos pelas sombras de seus próprios medos!

Havia homem no mundo a quebrar tal pedra?
Homem corajoso e despossuído de mascara?
Homem com a coragem e o equilíbrio da mulher?
Homem com a curiosidade e a leveza de uma criança?
Homem vivaz e com sede de aventura como o jovem?
Homem de maturidade e paz espiritual como o idoso?
Enfim, homem de pés no chão que prefere o hoje
Do que a ilusão do amanhã?

Passou aquela manhã tal homem
Que desapercebido tropeçou na referida pedra
Exclamando o homem ignorante de hipocresias
O que fazes aqui pedra tão dura e resistente?
Nesse caminho não passarás ninguém a saber utiliza-la
E o homem desprovido de hipocresias
Coletou a pedra com esmero
E a colocou em seu rude saco de couro

De volta ao lar, sábio das coisas simples da vida,
Não desejou tal homem simples quebra-la
Com areia e agua pôs a abrasar a pedra bruta
Com dedicação e trabalho, ornamentou a pedra do perdão
Deixando-a mais polida e lustrada
Dedicou o homem muito empenho na confecção da rocha

Quando terminou o árduo trabalho
Olhou bem a pedra que acabara de polir
E reparou que ela refletia sua própria imagem
Todas as suas ações, seus movimentos e seus atos
Tudo era capturado e refletido pela pedra polida do perdão
E observou o singelo, mas sábio homem
Que não se deve esquecer ou simplesmente "quebrar"
Uma infeliz lembrança para que se perdoe alguém
Mas deve-se polir tal lembrança
E ver com seus olhos que, o que fazem a você
É puro reflexo do que você faz aos outros!

E assim o homem passou a enxergar melhor a vida
Pelo verdadeiro reflexo da pedra polida do perdão!

(David - 05/10/09)