"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Os dois lados da moeda

A luz do sol
Que me irradia
Em belo dia de segunda
É a mesma a iluminar
O solo ressacado do sertão!

A agua da chuva
Que molha a pureza
Da bela flor de meu jardim
É a mesma da enchurrada
Que mata crianças em Pequim

O bife acebolado
Levemente mal passado
A digerir em meu estomago
É o mesmo naco de carne
Que descarnou
O lombo da vaca morta

A lua que vejo admirado
Sentado a noite, quase calado
É a mesma lua a admirar
Assustada no universo
Os suicidios e assassinatos

O mesmo Deus
Que me dá paz e conforto
Diante do recanto do meu quarto
É o mesmo Deus
Dos retirantes mal-tratados
Do semi-arido brasileiro

A vontade que me faz ser
Simplesmente o que sou
É a mesma vontade dos idolátras
Em marchar por bandeira
Rumo ao extermínio racial

A moeda tem dois lados
Como a lua duas faces
Cada história é diferente
Para cada vida uma ausente

Sentado, eu aqui, a pensar
Meu punho a trabalhar
Rabisco esses versos presentes
Na folha morta
De uma arvore não mais existente!
(David Lugli).

terça-feira, 15 de abril de 2008

Global

Mundo evolui
Cada vez mais se polui
A vida não é a mesma
Não é a mesma!
Encheu de novas belezas
Beleza que cada vez mais
Não se chama natureza

O mundo evolui
E cada vez mais se polui
A tecnologia trouxe muita magia
Mas tirou de muitas crianças alegria
Elas ficam vendo TV
Jogando Video Game
Ou conversando pelo computador
E fica a questão no ar
Será que o mundo virou de robôs?
Não há mais crianças brincando de esconde
Ou pega-pega

Espero que a tecnologia
Venha para ajudar
E não piorar
Já o que há!

(Silvana Da Conceição Ribeiro, 8º série Oscarlina)

Amigos do Devaneios espero que leiam o poema das meninas e também espero que tenham gostado da novidade. Por que realmente acho que elas tem talento!
(David, o de sempre!)

Poema Global

Aí vai mais uma participação especial. Agora das meninas da 8º do Oscarlina (David)

As vezes assim começa
Socorro! Socorro! estou com febre
E ninguém ajuda

Assim a Terra,
Aliás! o Mundo pede socorro
Mas até um dia...
Como no ano retrasado
Todos falaram:
Vamos ajudar!
Mas até agora
Ninguém se habilitou

Assim as arvores
Que arvores?
Se a terra pede socorro
Nós só pensamos em gastar
Mas ninguém está pensando
Que isso pode acabar
Com a nossa espécie
E ainda outras...

Assim mais uma vez
O mundo vai acabando
Não sou Deus
Mas parece que é isso
Que vai acontecer

O sol as vezes fala:
Que mundo é esse que se destrói!
Ou não estou errado?

As pessoas se auto-destrõem
E com eles destrõem a terra
O que mais querem?
Eu não tenho culpa
Mas aqueles que vieram atrás de mim
SIM!

Tecnologia! Que adianta?
Milhares passam fome
Por que não ajudar?
Mas que adianta!
Nem todos pensam assim

Assim penso e não vou mudar
E nem adianta me tentar apagar!

(Daiana, 8º série Oscarlina)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Nos Confins da Bahia

João é pequenino
Em pequena vila
Ajuda seu pai na roça
Lá nos confins da Bahia

Planta feijão, mandioca
Ara a terra, corta mato.
João é pequenino
Mas seu trabalho
Não é como
O de seu amigo Carlos

Carlos é da cidade
Não trabalha só estuda
Seu pai tem casa na roça
Pra passa fim de semana

Na cidade anda de carro
Compra feijão e mandioca
Estuda todos os dias
Mas mesmo assim
Carlos é amigo de João
Lá nos confins da Bahia.
(David Lugli, 2008)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Lá Na Terra de...

Lá na terra de meu pai
As grandes escarpas
Mostram sua plenitude
E no coração da mata virgem
Lá na sombra fresca das montanhas
Jorra agua cristalina e gelada
A matar a sede do povo

Já na terra de minha mãe
O ar quase sempre é quente e seco
Vejo o povo a trabalhar
Diante do calor sem vento
A castigar todo momento
Mato seco! mato seco!

Na terra onde moro
Vejo por todos os lados
Os morros que me são comuns
Quando pequeno eram verdes e flamejantes
Hoje quando grande
A cidade cresce, cresce
E parece acompanhar-me
E aquele verde de outrora
Deu lugar a grande industria
E a novas casas para morar!
(David)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ciclo pós ciclo

O dia nasce, e nós juntamente nascemos para o dia. O dia, filosoficamente abordando, sua intensidade e grandiosidade de oportunidades em nossas vidas. Um dia influenciará o próximo, criando assim um "ciclo" até que um desses dias seja extremamente diferenciado a ponto de influenciar no "ciclo" e consequentemente no próximo dia e assim por diante. Mas será mesmo o dia o responsável pelo "ciclo"? Vejamos! Do que é constituido um dia, um dia -a - dia, o nosso dia de nossas vidas? Atos, fatos e pensamentos!!!! Pois bem, nossos dias são constituidos de pensamentos, que nos levam a atos se concretizando em fatos. Somos viciados em pensamentos, atos e fatos que nos colocam em "ciclos" diários, sequências de dias semelhantes. Dificilmente percebemos tais situações, uma vez que criamos uma cristalização mental baseada em pensamentos e atos, nossos e alheios. Somos então, ao mesmo tempo, influenciados pelos nossos e pelos pensamentos que nos circundam. Como então "nascer" para um novo dia com pensamentos distintos, atos diferenciados, fugindo ao "velho ciclo" adentrando em outro? Temos em nossa essência o juiz de nossos atos chamado consciência que nos julga com relação ao que sua experiência proporcionou à sua formação. Isso é fato! Continuemos então! Um ato realizado sem muito ser pensado e passado pelo senso de atos comuns ( para si próprio), pela aprovação da consciência e logo após um tempo percebe que seu ato "impensado" gerou a desaprovação da consciencia. Isso então gerou um novo dia, uma nova maneira de pensar voltada ao arrependimento, que tem uma faixa de intensidade diretamente proporcional à formação da consciencia. Essa é uma maneira. O aprendizado através da dor do arrependimento.

João Tozzi 04/04/2008