"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Luzes coloridas, músicas, vozes, perfumes.
Luzes que ofuscam ao invés de iluminarem,
Música que ensurdece
Vozes que soam palavras falsas, efêmeras
Perfumes que se misturam a fumaça do cigarro
Sorrisos forçados, beijos vazios
olhares tendeciosos
olhares fúteis
comentários a cerca da aparência, do estilo, do jeito..
bebidas, bebidas, bebidas
a música continua a ensurdecer..
"Never stop the music"
o som aumentaaumenta o vazio..
o sorriso esconde a falta do brilho
Alguém percebe que ele se foi?
a bebida busca preencer o vazio que não tem fim
a droga traz a ilusão
é quando ela se vai
o vazio não vai junto.
ele fica
atormenta
incomoda
questiona..
o vazio, que não tem fim.

(Sue Ellen)

domingo, 27 de julho de 2008

Letras, palavras

Um sopro,
Um sapo,
Um pato,
Um rato.

Um mato,
Um gato,
Um lago,
Um mastro.

Uma brisa,
Uma brasa,
Uma pala,
Uma tala.

Carvão,
Brasa,
Grelha,
Carne.

Céu,
Teu,
Meu,
Nosso.

Só,
Um,
De,
Nós.

Letra,
Palavra,
Cabra,
Leieteira.

José,
João,
Um cão,
Pão.

Rim,
Rima,
Coração,
Pulmão.

Figo,
Digo,
Maçã,
E banana.

Fruta,
Legume,
Verdura,
Mandioca.

Letras,
Palavras,
Letras.

João 27/07/08

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Traje de gala
Festa cantada
Mulher decotada
Peito caido
Bunda malhada

Paro e penso
Corpo ou alma?
Corpo bonito
Alma cansada
Alma amada
Corpo parado!

Festa, casamento, orçamento
Sem dinheiro
Não dá em nada
Fadado ao esquecimento
Deito e penso
Dinheiro ou humilhação
Dinheiro no bolso
Garoto de gosto
Humilhação na garganta
Garoto penoso

Forte é a vida
Vivida de nada
Nada é nada
Ou tudo para um peixe
Ou para aquele que cai no mar!
(David)

Colação de grau

Colo! Saiu colada?
Descolada a menina
Colo parada
Sentada
Nem hino colo
Colo de nada!

Eu vi Salgado
Na Índia
No México
Até no Brasil

Sai meio Salgado
A menina descolada
Saiu colada
Colamos nossas bundas
No carro
E colamos no Jão
Descola uma viagem!
(David)

Hora marcada

I

O Sol cai tímido,
Porém caía, ainda forte,
O grande caía lento,
Descia belo, parecia eterno.

Findava a tarde,
Aninciava sua filha,
A lua, que maravilha.

E assim passam-se os dias,
Ao longe vão-se as horas,
Aquele momento fica na história.

Cada minuto que passa,
Vai para nunca mais,
E nós, perdidos nos ponteiros,
Rodamos, rodamos e não nos achamos.

Esperdiçamos, não aproveitamos.
Vislimbro o Tutor do Sistema,
A balança dos mares,
Essa imagem em nossos altares.

II

Manhã serena,
Ar puro, brisa amena,
O céu parece puro,
Seu azul é púrpuro.

Nos primeiros momentos,
Com pensamentos ainda lentos,
Procuro me expressar com talento.

O Sol se faz herdeiro,
Nascendo para o dia,
Trazendo vida ao meio.
Não entendo!

III

Eu em todo esse tempo
Pareço a esmo,
Me torno instrumento.]

Instrumento da natureza,
Sendo amolado pela vida,
Para um dia ser usado.
Que marasmo!

E os sentimentos?
Frações de pensamentos,
Tortuosos e turbulentos.

Esses sentimentos,
Que desconheço,
Que lamento,
Que sofrimento!

Não entendo,
Não sou atento.

Em tempos te quero,
A muito te espero,
Já sinto teu abraço materno.

Como é bom,
Coforta e renova.

Esse perfume que me desconcerta,
Teu sorriso que me encanta,
Tropeço na vida com sua distância.

João 24/07/08

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Fonte

A luz é pouca
As palavras inúteis
O vento refresca
E a água traz a paz

Naquela fonte
Esquecemos a dor
Convivemos com a natureza
Com a cor da harmonia

As pedras observam
Os pássaros sobrevoam
E cantam para a paisagem
Os peixes nadam
E boiam, se multiplicam!

Ó fonte do sabor da vida
Traga a almejada paz
Faça de nossa dor
Um breve sentimento

Seja eterna em nossos corações
Seja singela e duradoura
Seja obrigatório aos irmãos
Seja próspera em nossas vidas
Seja nosso pai
Nos ensinando
Seja nosso irmão
Nos dando compania
Seja nosso feriado
Nos trazendo o descanso
Seja nosso amigo
Nos ouvindo
Seja nosso Deus
Nos trazendo a liberdade
Seja nossa vida
Ensinando a viver!
(david)

terça-feira, 22 de julho de 2008


Ela gostava de sentir o sol no inverno. Gostava muito do sol, e no inverno mais ainda, pois podia senti-lo aquecendo o seu corpo. Era como se estivessem mais próximos, como se pudesse tocá-lo de verdade, numa troca íntima e essencial.Naquele dia, ainda com os cabelos emaranhados e o olho meio aberto, saiu do ar gélido das paredes da sua casa e sentiu o sol daquele iverno. Ficou parada, por alguns segundos, sentido o calor que tomava suas mãos. Olhou, sentiu e soltou um leve sorriso de gratidão inconsciente.Se pudesse ficaria o dia todo ali, apenas ela e o sol. Sem mais ninguém.Desligaria o telefone, desligaria o computador, desligaria a mente. Principalmente, a mente. É possível desligar a mente? Ela achava que era. Cada vez que vinha aquele pensamento indesejado, ela buscava fugir. Ria, se enganava, buscava algo inútil pra fazer. Não queria pensamentos sérios. Eles exigem muito de nós. Estava cansada de se sentir cansada. Esse cansaço intesgotável. Não importa o que fizesse, sentia-se cansada. Cansada da paisagem, da rotina, da mesmisse, da felicidade obrigatória. Agradecia ao Sol. Por não se entregar ao cansaço. Compartilhava com ele seus planos e ele os enchia de brilho, esperança e vigor. Agradecia ao Sol e torcia para que ele não fosse, nem levasse com ele tudo aquilo que lhe trazia uma satisfação inebriante.
(Sue Ellen)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A épica viagem de Magalhães

Fernão de Magalhães
Tribulantes anães
Diante do rumo
Que tomaram
Embarcaram em 5 naus
E a primeira volta ao mundo
Deram nesse mundo de caos!

Descobriram o Pacifico
Divulgaram o Atlantico
Penetraram pelo Índico
E morreram de fome
Morreram nas batalhas
Morreram de escorbuto
De 125 chegaram 15
Virgem Maria os protegeu
Ou o destino os acolheu?

Hoje escolhemos onde ir
Escolhemos nossas roupas
Assistimos a tv
Navegamos na Internet
Pura ilusão do mundo moderno
Magalhães foi o primeiro
E levou no peito o mundo inteiro

Conheceu o estreito que,
Hoje está em seu nome
Na Patagonia sentiu frio
Se sentiu sozinho e muita fome
Rebelião controlou a força
E em impulso de liderança
Avançou os canais
A chegar no grande lago
Calmo, tão calmo
Que deram o nome de Pacífico!

Conheceu as incriveis ilhas
Desse imenso oceano
Os homens pintados do Tahiti
As ilhas tropicais das filipinas
E por lá deu fim a sua história
Em momento de egocentrismo
Subjulgou a população local
Com seus aterrorizantes canhões
Os aborigenes fantasmas sobre a mata
Chegaram em marcha de mais de mil
E espalharam a morte aos europeus
Magalhães decapitado encontrou o fim
De sua aventura, de sua longa caminhada

Os tripulantes prosseguiram vorazes
Encorajados pelo espírito aventureiro
O destino era cruel
Fome e desespero eram seus parceiros
Dezenas de mortos foram
Jogados ao mar
Salgado destino, salgadas aguas!

O destino cru dos aventureiros de hoje
É a realidade cozida dos de hoje
Seguimos as bussolas, gps e etc...
Seguiam eles as estrelas
E o pobre destino!

Encontram finalmente as Índias
Atordoados enxeram tres naus
Mas apenas uma partiu daquele porto

O caminho longo,
Era imenso em sofrimento
Partiram e cruzaram o sul da Africa
Sem esperança
Navegaram sem destino pelo Atlantico
Em dia de luz milagrosa
Avistaram os castelos de Sevilha
Gritaram felizes os pobres tripulantes
15 pessoas, mal trapilhos
Em apenas uma nau
De volta a seu destino
Ó Espanha, Reino querido
Os habitantes da cidade
Os recepcionaram
Os tripulantes que a dias não comiam
Ou sequer bebiam agua
Um desejo apenas pediram!
Velas! 15 velas, para os 15 homens
Promessa cumprida
A virgem Maria
Na igreja de Sevilha
Que testemunhou a fé dos pecadores
Que deram a primeira volta
Distribuindo o pecado
Nesse pequeno mundo globalizado!
(David - 17/07/08)

Uma embarcação muito loca rumo ao sol poente (parte 1)

Concordamos com a história
Tanto! que também queremos faze-la
Então uma breve história
De uma galera especial
Vou começar a narrar:

Um dia desses quando era criança
Tinha um sonho ingênuo
Conhecer as escadarias
E a grande cordilheira
Que me levariam a cidade perdida
A cidade Inca, a cidade mágica!

Os dias passaram
Sem que eu a realiza-se
Esse grande sonho então!
Senhores do destino
Em ocasiões inesperadas
Fez partilhar com grandes amigos
Uma incivel tripulação
Que se formou
Se preparando para essa grande missão
Os ilustres navegantes são:

João, João biólogo
João, João poeta
João, João aventureiro
Obreiro de grandes feitos
Reinscidente da magia de Judhá

Isís, fala mansa
Calma familiar
Admiradora da sétima arte
Construtora universal
Sonha! seus ideais!
Vê a sociedade
Transcorre por um mundo melhor

Lilás sua irma mais nova
Porém! irmã do meio
Que muito me assemelha
Nessa estratégia familiar
Os do meio, sempre são tranquilos
E também mais serenos
Garota prendada
De grande cultura culinária

Luís Otavio Machado de Souza
Nome real, imperador quem sabe
Mas impera ele no ramo da comunicação
Grande leão da vida
Amigo voraz
Será sua missão
Filmar essa grande ficção?
Quem sabe!
Mas sabemos que nessa viagem
Será um grande irmão

Eriquinha querida
Menina-mulher respeitavel
Em meu coração
Menina de força imensa
Palavras centradas
Ideal singelo, mas capaz
Seus olhos brilham por dias melhores
Sua mente viaja pelas maravilhas
Do mundo e se diverte na realidade
Companhera fiel de grandes viagens passadas
Revivendo nessa viagem futura

Grandes amigos
Tripulantes dessa nave louca
Viajantes sem destino
Patruleiros da vida
Idealizadores de uma nova missão...

terça-feira, 15 de julho de 2008

És tu como abelha?

Obrigado Senhor,
Por mais uma manhã de paz e amor!
Obrigado meu Pai,
Pelo Astro rei que nos emprestaste, a nos esquentar!
Obrigado meu Deus,
Pela natureza linda que amavelmente nos deu!

Vida, vida minha, vida nossa,
Será que há nessa vida,
Alguém que explicar-me possa?

Dizer-me sobre o ser,
Sobre o nascer e morrer,
Sobre os atos e descasos,
O turbilhão de meu ser,
Perante a imensidão,
O vácuo oriundo,
Do universo em expansão.

Será que há esse alguém?
Alguém ou algo haverá de me explicar,
Haverá de saber o porquê de nascer e morrer.
E arriscando a pensar,
Chego onde não consigo ultrapassar.

Paro na limitação que é,
Ser esse humano,
Como se os pés ainda fossem de pano.
Sinceramente, como há de haver,
Como há de ter prepotência e arrogância,
Numa partícula de vida chamada de ser.

Olho ao lado e uma abelha,
Vejo a lutar, mesmo sabendo,
Que sua existência está a findar.

Suas asas já não batem mais,
No entanto ainda está a lutar,
Em silencio, discreta humildade,
Lá está, aos nossos pés,
Acima de qualquer, com seu exemplo,
Finalizando seu tempo sem chorar.

És tu como abelha?
Pois é, ai está, por que me direi abelha ser,
Se como gente acima posso estar?
Mas como gente acima não tem,
A grandeza da abelha a baixo que a lutar está.



Não te viste como igual?
Por que olhaste para ti,
E em ti viste a diferença descomunal?
Esquecestes que natureza é,
E natureza morrerá?
És como abelha, natureza, vida, ser e estar.

Aparenta ser racional,
Mas no fundo, tua razão um dia te levou,
A tornar-te homem com paixão voltada para o mal.

Mas vejamos bem,
Se a abelha luta quieta,
Por que o homem forte,
Não se esforça para ser como ela,
Lutando resignado, como a abelha muito bela?

Tens paixões, sentimentos de introspecções,
Tem razão, voltadas apenas para o próprio coração.

E ainda chora, és vítima,
Nem a coitada sofre como nos mostram,
No fundo sentes o prazer da dor que incomoda.
És a coitada, sentindo o prazer da dor,
Que a vida te ensina a superar com fervor.
És a vítima alimentada pelo gosto das palavras,
Palavras que vos cercam de compaixão, lhe entregam,
Entregam-lhe satisfação de ser por um momento,
A grande atração.

És humano sem razão, és a esmo!
Faz-te tenso, não ajuda, atrapalha,
Pedras no caminho apenas espalha.

Ainda te agradeço, oh Mestre,
Vida, oh vida como é linda!
Agradeço-te, oh Lei que nos rege,
A sabedoria, a inexplicável realização,
A inexplicável construção da ação e reação.

Oh rio que há de fluir,
Oh brisa que há de limpar,
Correntes do mar, oh perfeição que há de perpetuar.

Ensina-nos querida, oh vida,
Mostra-nos, oh grandiosidade,
Aos grãos da crosta,
Aos homens infelizes,
Aos que ainda vêem o celestial,
Como enfeite paternal.
Aos que choram, pois ainda não olham,
Choram, pois ainda não percebem o redor.

Somos teus filhos, oh vida,
Somos tua vida, oh Bendita,
Somos divinos, somos únicos,
Somos a natureza,
Essa grande beleza.

João 15/07/08

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Olha-te

Já olhastes para tí hoje?
Já te vistes? Já sentistes o que é?
Olha-te, penetra-te, busca-te.

Perceberá que nada há,
Conhecerá, verá o vazio que há.
Ah, se te olhastes todos os dias!

Choras por medo?
Recusas o sofrimento?
Como diz Pessoa,
Pobre sombra fútil chamada gente.

O que fará agora que já fizestes?
Sobre aquilo, tornates isto.
Olha-te, enchergas agora?

Pobre grão de areia,
Levado, chutado, pisado,
Cuspido e abandonado.

Quereste talvez tornar-te rocha,
Mas rocha nunca serás,
Pois nacestes grão e grão morrerá.

João 14/07/08

Tarde da experiência

Uma tarde, um reencontro,
Dos familiares amigos,
Que grande conforto.

Muita gente fazia,
A diversidade dos entes, dos parentes.

Conversas, idéias,
Experiencias sorrateiras.

Bisnetos, netos, os tios,
Sobrinhos, os primos, irmãos.
Todos unidos,
Perante grande sermão.

A oração do patriarca,
Nos falava nos tocava,
Com os olhos ao céu,
Sentia enquanto devaneiava.

Palavras da experiência,
Palavras de muita inteligência,
Chegavam leves a todos que o cercava,
E aqueles que ao redor estavam,
De sentimentos mil se transbordavam.

E o ancião sentia,
E todos ao redor,
Aqueles mesmo calados,
A voz de filosofia ouvia.

Naquele momento nobre,
O coração batia forte,
O filho também se emocionou,
O neto sobrinho o pranto quase soltou.

E o velho recitava,
Poemas, momentos, experiências,
E um amigo que ouvia,
Em silêncio também observava,
E seu palpite não arriscava.

Foi natural, excepcional,
Não criou,
Sentiu e falou.

E com grande felicidade,
Vos falo orgulhoso,
Que desse meu avô,
Muito tenho gosto.

João 14/07/08

sábado, 12 de julho de 2008

O bom Malandro

Sarará, buscapé, gororó
poema de uma nota só
mandinga aqui e acolá
meu pai saravá

Jogo de bola
Capoeira de angola
Malandragem sadia
em plena sintonia

Se achegue cumpadre
sua presença é bem vinda
na terra dos homens
o segredo é ginga

Da sua intenção
num olhar percebi
sem te ver já senti
Não adianta esconder

Nesse mundo quem manda
é aquele que obedece
ninguém manda
só pensam que mandam

Tudo é um jogo
apresente suas armas
equilibre as peças
e venha jogar

Cuidado com o malandro
ou melhor se entregue a ele
apesar dos desapegos
o bom malandro tem um grande
Coração

Ciro R. Pires 12/07/2008

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Devaneios V

Histórias e lendas
Fendas na história
Lacunas no tempo
Meio verdade
Muita mentira
Vira a pagina
E de mais uma lida

Devaneios IV

Tempo, tempo, tempo
Passou sem comprometimento
Sento e vejo o tempo
Passar, passar, passar
Falou, vou aí
Deixa o tempo me levar

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O toque mágico

Ela vem toda faceira
Seu jeito inebriante
Parece besteira
me conquistou num instante

O tempo passa
O amor extravasa
como se congelado
e no tempo estacionado

Ás vezes o amor entra de férias
Às vezes de licença
Algumas vezes se esconde
outras se camufla

A verdade é uma só
se ele uma vez surgiu
num momento irá voltar
basta você me cativar!

Ciro Pires 10/07/2008

O Sítio do Meu Coração

No campo... Aí que saudade do campo!
Aquele campo verde, cheio de aroma
Aquele campo de despertar o dia
Dentro da neblina da manhã
A música dos pássaros
O canto imponente do galo
Aquele campo de árvores centenárias
E de cada cantinho uma surpresa
As flores vermelhas...
As flores amarelas, que beleza!
As pedrinhas cobrindo o quintal
A brisa de fim de tarde
E o céu estrelado da noite sem lua

Ao entardecer me estico todo na rede
Olho o beija-flor a brincar
Sobre a chuvinha fina que cai
lavando a alma do pescador
Olho as nuvens dançando
Formando desenhos indecifráveis
Ouço o rio contando suas histórias
Histórias diferentes dos lugares
Que ele esteve presente
E ao mesmo tempo ausente
O rio... O velho rio
Que em todas as manhas se renova
Fala para mim sobre as paisagens visitadas
Até chegar em meu sítio querido
E admirar toda calmaria do campo

A cada olhar a cada pensamento
Cheiro desse mato ou meus sentimentos
Me identifico mais com esse sítio
Que nesse momento
Só se encontra presente
Nos versos que dedico a esse poema
Mas que um dia
Como um sonho que se realiza
Com trabalho e dedicação
A minha história na mão
Os sentimentos de minha querida
Em meu coração
No sítio nós iremos morar
E com muito prazer
Toda essa história
Irei um dia contemplar.
(David - 2008)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Devaneios III

Desaniversário
Parabéns
Todo dia
Sento e penso
1 dia é melhor que 364?
Parabéns desaniversário
Parabéns Alice
João, José, Clarice...
Feliz desaniversario!

Devaneios II

Lua, lua, cheia
Céu estrelado
Por muitos, amado
Calado, mudo
É estrelado
Iluminado
Sentado
Sobre a lua cheia
Estrela, não da para ver
Dúvida cruel
Céu estrelado ou
Lua cheia
Talvez lua e meia
E céu estrelado
(David)

Devaneios I

Aos loucos, poucos
As flores, cheiros
As dores, flores
Flores, dores, cheiros
Poema de louco
Só para poucos(David)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

É a vida, é bonita!!!

I

Fique amigo meu,
Sol querido,
Raios amigos.

Tarde suave,
Bela vista das palmeiras,
A natureza e sua obra,
Ao redor se fazem ver.

Procriação, Asa Branca,
No velho galho Sibipiruna,
Sombra fresca ar puro.

Aos prazerosos tons de Elis,
Nas sábias palavras Vinicianas,
Tranquilidade, serenidade, saudade.

Saudade anímica,
Saudade forte,
Um grande porte.

Sem idéia,
Não imagino,
Não lembro,
Não tenho.

Porém saudade,
No entanto a falta,
A fala, a presença,
A troca serena.

E o amigo desce,
O amigo calado desce,
Se afasta, cumprindo,
Seu desígnio e expressando.

Expressando força, luz, calor e alegria,
Minha tristeza ele discipa.

E a Asa Branca namora,
E a natureza não demora,
Se faz quieta, alerta,
Sempre se expressa.

Mostra, não fala,
Ensina com atos,
Não impõe, mas cala.
Eita esse piano,
Tom Jobim me causa espanto,
Eita nóis, eita samba nóis.

E a natureza resiste,
A praça comporta e conforta,
Eles passam, eles vão, eles vêem,
Sempre nós, aqui, sempre alí,
Muitos passam e não vêem,
Mas a praça resiste, mostra,
Ensina o que está além.

E a Asa Branca satisfeita,
Já feita, já benta,
Na Sibipiruna velha amiga,
E o Astro desce findando a tarde bela.

Quero-te amigos,
Quero-tê-los iguais,
Determinados, disciplinados,
Fiéis, humildes obras divina.

II

A brisa chegava,
Anunciava friamente,
A penumbra enfeitada.

As estrelas sorriam,
Aquela luz de muito longe viajava,
Trazendo-nos a idéia,
Limitados! Daquela luz,
Qual era sua estrada?

Muitos pensavam, olhavam,
Muitos percebiam, mas,
Não entendiam.

Poucos refletiam e perguntavam,
Poucos de longe questionavam.

A vida passava,
Na Asa Branca, na palmeira,
Na tarde sorrateira,
Sibipiruna galhaeira,
Entre Chico, Regina e Moraes,
Ao som da bossa, da nova,
Ao calor de um raio solar.

Olhava entre outros,
Percebia como poucos,
Sentia, no entanto faltava,

Chorava, refletia e nada preenchia,
Chorava, falava e nada me tocava.

Sorri e olhando para mim,
Caí, me ví, vítima infeliz,
Na tarde passada,
Na noite recém chegada.

III

Por momentos é triste,
Por horas é fato,
Em momentos um calo.

Tudo anda, caminha,
Nasce de nossos braços,
O trabalho, a lida, a trilha.

O coração, o coração se engana,
Não muda, não acorda e cultua,
Da noite pro dia sentimentos de alegria.

Ele vive, ele faz viver,
Os pensamentos junto a ele,
Nos fazem crer.

Mais um dia ou menos um dia,
Na manhã bela e outra vez nela,
O Astro divino, fiel, emanando carinho.

Aquece e conforta o coração,
A alma torta,
Reanima, consola e não amola.

O firmamento belíssimo,
Azulado magnínimo,
Divino infinito.

E eu aqui apenas,
Mais um em seu caminho,
Aprendendo, chorando e as vezes sorrindo.

É tudo que sinto,
Saudade da terra distante,
Não me lembro, não me atenho,
Apenas tenho.

Das pessoas, dos carinhos, dos amigos,
As vezes aqui procuro,
As vezes aqui cultuo,
As vezes aqui me entitulo, só.

Meus olhos são cegos,
Meus sentimentos traumatizados,
Não me abro.

Endurecido espero, por aquele afeto,
Não sei de onde,
Muito menos a fonte.

Por enquanto permaneço,
Ao calor dessa estrela em firmamento.
Com as árvores me consolo,
Com suas estáticas friezas,
Porém acolhedoras da natureza.

Espero, quero-te, peço-te,
Em momentos aparento,
Força, equilíbrio e raciocínio,
Um grande jovinal,
Mas no fundo no fundo,
Quem não é um sofredor em potencial?

Não sou o que pensa,
Não sou o que acha,
Não sou essa força,
Que te consola e abraça.

As aves no campo sim,
São elas, são fortes, são livres,
Sobrevivem, nascem a cada dia,
Para a luta, conduta, perseverança,
Sobrevivencia nessa grande aliança.

Na manhã de muita paz,
Vocalizam o canto da vitória que traz,
Comemoram mais um dia,
Sobrevoam, sobrepondo a vida,
Em primeiro plano.

E tudo aqui dentro,
Parece ser a esmo,
Muitas vezes não tem sentido,
Muitas vezes perco o libido.

É duro? Não, é ignorante!
É homem criança,
Criança que chora,
É choro que mente,
Do homem carente.
É lágrima que fala,
Da ignorância firmada.
É a trilha que ensina,
A vida que mostra,
A natureza que brota.

Somos ela, estamos nela,
É o anú a bailar,
No azulado iluminado,
Pelo calor solar.

É o anú a cantar,
Como o Tom em um tom,
Que nos faz relaxar.

Nos faz pensar,
Nos faz calar,
E ao redor observar.

“Olhai os pássaros no céu”,
São eles mestres, ensinando,
Acima de tudo exemplificando.

Humildes, inteligentes,
Nasceram e cresceram,
Da divina semente.

IV

Ok Baby...como queira!!!

A vida é assim mesmo,
Ela é momento,
Ela é silêncio,
Ela emociona,
Ela decepciona.

Ela ensina,
Cativa e mostra,
É paciente e nos espera,
Nos conforta com o tempo,
Nos fala com exemplo.

Nos amadurece,
Como o sol ao fruto,
Nos fortalece,
Como o sol ao broto.

Nos guia,
Nos norteia,
É sorrateira.

Nos abençoa,
Nos perdoa,
Consola e também magoa.

É a vida,
É linda,
E é bonita.

É como Maria, Maria,
É um dom,
Uma certa magia,
Uma força que nos alerta.

É a ave,
O cão,
O gato e o rato.

É a vida,
Bonita, linda.
Mestre que ensina.

E você é a vida,
Eu sou a vida,
Nós somos a vida.

A vida, luz do sol,
Que aquece e conforta,
Corrente do mar que leva,
Que naufraga,
Que traz, que vai e que volta.

Raio solar, que queima,
Desidrata e também alimenta.

É a vida,
Bonita, linda,
É divina.

É divina como você,
Como eu como nós,
É bendita,
É linda.

João 07/07/08

sábado, 5 de julho de 2008

O que é beleza (caros amigos)

O que é beleza?
Uma pintura de aquarela
Ou uma paisagem na natureza?

A beleza pode estar no quintal
De uma casa qualquer
Na juventude de uma jovem mulher
Ou então na simpatia
De um pequeno animal

Mas o que realmente é ser belo(a)?
Creio eu, que sejá a essência
O misterioso natural
Que desabrocha sem ser percebido
Sendo a surpresa de um sorriso
Ou até um simples olhar agradecido
Ou então a enorme força da amizade
Que nos invade
Com tamanhã exatidão
De preencher o coração

Não procure a beleza
Como o colecionador
Procura sua nova borboleta
A beleza é espontanea
Só se mostra com leveza

Observar a beleza nos versos
É maestral, não é pensamento formado
É intuição, leveza sem razão
É pura expressão
Dentro da poesia
Construidas por belas palavras
Entre versos sublimes

Poeta sou? talvez projeto
Beleza expresso?
Talvez sua sombra
Sem cores nem brilho
Só sua aparência

Sigo o padrão
O padrão não é belo
Nem ao menos singelo
É turvo e curvo
Tento sair desse condicional
E estampo em minha parede
Uma rede, verde, natural!
Que me envolve com leveza

Me desfaço com o vento
Acalmo meu lamento
Em momento de paz
Gero novo pensamento
No qual aqui me despeço
Com uma pergunta ao vento
Que passa pelas pessoas
Sem ser notada
E a pergunta que faço é
O que é beleza
Responda se puder!
(David - 2008)