"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

É a vida, é bonita!!!

I

Fique amigo meu,
Sol querido,
Raios amigos.

Tarde suave,
Bela vista das palmeiras,
A natureza e sua obra,
Ao redor se fazem ver.

Procriação, Asa Branca,
No velho galho Sibipiruna,
Sombra fresca ar puro.

Aos prazerosos tons de Elis,
Nas sábias palavras Vinicianas,
Tranquilidade, serenidade, saudade.

Saudade anímica,
Saudade forte,
Um grande porte.

Sem idéia,
Não imagino,
Não lembro,
Não tenho.

Porém saudade,
No entanto a falta,
A fala, a presença,
A troca serena.

E o amigo desce,
O amigo calado desce,
Se afasta, cumprindo,
Seu desígnio e expressando.

Expressando força, luz, calor e alegria,
Minha tristeza ele discipa.

E a Asa Branca namora,
E a natureza não demora,
Se faz quieta, alerta,
Sempre se expressa.

Mostra, não fala,
Ensina com atos,
Não impõe, mas cala.
Eita esse piano,
Tom Jobim me causa espanto,
Eita nóis, eita samba nóis.

E a natureza resiste,
A praça comporta e conforta,
Eles passam, eles vão, eles vêem,
Sempre nós, aqui, sempre alí,
Muitos passam e não vêem,
Mas a praça resiste, mostra,
Ensina o que está além.

E a Asa Branca satisfeita,
Já feita, já benta,
Na Sibipiruna velha amiga,
E o Astro desce findando a tarde bela.

Quero-te amigos,
Quero-tê-los iguais,
Determinados, disciplinados,
Fiéis, humildes obras divina.

II

A brisa chegava,
Anunciava friamente,
A penumbra enfeitada.

As estrelas sorriam,
Aquela luz de muito longe viajava,
Trazendo-nos a idéia,
Limitados! Daquela luz,
Qual era sua estrada?

Muitos pensavam, olhavam,
Muitos percebiam, mas,
Não entendiam.

Poucos refletiam e perguntavam,
Poucos de longe questionavam.

A vida passava,
Na Asa Branca, na palmeira,
Na tarde sorrateira,
Sibipiruna galhaeira,
Entre Chico, Regina e Moraes,
Ao som da bossa, da nova,
Ao calor de um raio solar.

Olhava entre outros,
Percebia como poucos,
Sentia, no entanto faltava,

Chorava, refletia e nada preenchia,
Chorava, falava e nada me tocava.

Sorri e olhando para mim,
Caí, me ví, vítima infeliz,
Na tarde passada,
Na noite recém chegada.

III

Por momentos é triste,
Por horas é fato,
Em momentos um calo.

Tudo anda, caminha,
Nasce de nossos braços,
O trabalho, a lida, a trilha.

O coração, o coração se engana,
Não muda, não acorda e cultua,
Da noite pro dia sentimentos de alegria.

Ele vive, ele faz viver,
Os pensamentos junto a ele,
Nos fazem crer.

Mais um dia ou menos um dia,
Na manhã bela e outra vez nela,
O Astro divino, fiel, emanando carinho.

Aquece e conforta o coração,
A alma torta,
Reanima, consola e não amola.

O firmamento belíssimo,
Azulado magnínimo,
Divino infinito.

E eu aqui apenas,
Mais um em seu caminho,
Aprendendo, chorando e as vezes sorrindo.

É tudo que sinto,
Saudade da terra distante,
Não me lembro, não me atenho,
Apenas tenho.

Das pessoas, dos carinhos, dos amigos,
As vezes aqui procuro,
As vezes aqui cultuo,
As vezes aqui me entitulo, só.

Meus olhos são cegos,
Meus sentimentos traumatizados,
Não me abro.

Endurecido espero, por aquele afeto,
Não sei de onde,
Muito menos a fonte.

Por enquanto permaneço,
Ao calor dessa estrela em firmamento.
Com as árvores me consolo,
Com suas estáticas friezas,
Porém acolhedoras da natureza.

Espero, quero-te, peço-te,
Em momentos aparento,
Força, equilíbrio e raciocínio,
Um grande jovinal,
Mas no fundo no fundo,
Quem não é um sofredor em potencial?

Não sou o que pensa,
Não sou o que acha,
Não sou essa força,
Que te consola e abraça.

As aves no campo sim,
São elas, são fortes, são livres,
Sobrevivem, nascem a cada dia,
Para a luta, conduta, perseverança,
Sobrevivencia nessa grande aliança.

Na manhã de muita paz,
Vocalizam o canto da vitória que traz,
Comemoram mais um dia,
Sobrevoam, sobrepondo a vida,
Em primeiro plano.

E tudo aqui dentro,
Parece ser a esmo,
Muitas vezes não tem sentido,
Muitas vezes perco o libido.

É duro? Não, é ignorante!
É homem criança,
Criança que chora,
É choro que mente,
Do homem carente.
É lágrima que fala,
Da ignorância firmada.
É a trilha que ensina,
A vida que mostra,
A natureza que brota.

Somos ela, estamos nela,
É o anú a bailar,
No azulado iluminado,
Pelo calor solar.

É o anú a cantar,
Como o Tom em um tom,
Que nos faz relaxar.

Nos faz pensar,
Nos faz calar,
E ao redor observar.

“Olhai os pássaros no céu”,
São eles mestres, ensinando,
Acima de tudo exemplificando.

Humildes, inteligentes,
Nasceram e cresceram,
Da divina semente.

IV

Ok Baby...como queira!!!

A vida é assim mesmo,
Ela é momento,
Ela é silêncio,
Ela emociona,
Ela decepciona.

Ela ensina,
Cativa e mostra,
É paciente e nos espera,
Nos conforta com o tempo,
Nos fala com exemplo.

Nos amadurece,
Como o sol ao fruto,
Nos fortalece,
Como o sol ao broto.

Nos guia,
Nos norteia,
É sorrateira.

Nos abençoa,
Nos perdoa,
Consola e também magoa.

É a vida,
É linda,
E é bonita.

É como Maria, Maria,
É um dom,
Uma certa magia,
Uma força que nos alerta.

É a ave,
O cão,
O gato e o rato.

É a vida,
Bonita, linda.
Mestre que ensina.

E você é a vida,
Eu sou a vida,
Nós somos a vida.

A vida, luz do sol,
Que aquece e conforta,
Corrente do mar que leva,
Que naufraga,
Que traz, que vai e que volta.

Raio solar, que queima,
Desidrata e também alimenta.

É a vida,
Bonita, linda,
É divina.

É divina como você,
Como eu como nós,
É bendita,
É linda.

João 07/07/08

3 comentários:

Uns cara aí... disse...

Poxa não sei se havia percebido, mas o poema abaixo eu escrevi perguntando o que é beleza? Acho que o poema que segue, esse poema seu, foi a melhor resposta que já tive na vida!
Muito bom João! Sem mais palavras...

Sue Ellen disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sue Ellen disse...

E a ultima parte dele é minha! =)