"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Amor Plutônico

I

Nesse limiar da razão emoção,
Pensando na vida como um grande turbilhão,
Idéias, pensamentos, sentimentos...

A língua fala, nem sempre o que pensa o coração,
esconde do mundo usando a razão,
mascarada para todos fugindo da emoção.

O corpo reage, luta e se mostra,
Refém vitimado do ato impensado.
Os devaneios afloram e a realidde se faz.
O cérebro vive e revive o falso estrelar.

A expectativa germina e como plântula ao Sol,
Cresce e determina que a decepção
será o grande carrasco do pobre coração.

Como criança ingênua ao presente esperar,
Imagino, crio, vivo
E desse sonho não consigo despertar.
Alguns, de paixão o chamam,
Outros, o que sente os que amam.

O que sente os que amam, chama-se amor,
Que à felicidade não chegam
Sem passar pelo caminho da dor.

És a verdade, a minha verdade,
Que vivo esse Plutônico Amor,
Na minha realidade,
Distante, além do mundo que estou a habitar.

Por mais que me esforço,
Não imagino como alcançar,
Esse mundo ilusório chamado "amor"
Que em minha mente veio germinar, degenerar.

Você que nele vive,
Apenas tua a lembrança a me alegrar,
Ou em dias tenebrosos, minha chaga cutucar.

As leis são respeitadas,
Pois não há como mudar,
Volto, e ao chão estou novamente a pisar,
Continuando a caminhada,
Sem ao menos a tua resposta escutar.

II

Imagino teu silêncio,
Como cala um coração,
Evitando assim a dor da decepção.

Imagino-te distante,
Como o vento que ao lado desfila exuberante,
Mas na ilusão dele abraçar,
Como a lua a iluminar
Numa distância real,
Sem nada perto chegar.

Como em todos eles, cá estou,
Admirando-te a realeza,
A beleza a suavidade,
Como a brisa a tocar,
O brilho da lua vigilante,
Sem poder abraçar.

O que mais quero,
O brilho da tua alma,
Àquele que perto de tí ficar.
Que onde passar o frescor levar
E caminhos iluminar.

João 21/06/2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sonho

Parece pueril, mas é doce e sutil,
Aparenta distância, mas é no entanto,
Íntima a sensação que me desmancha.

Meu coração, me fala diariamente,
Me fazendo lembrar de você constantemente.

Seu sorrizo se fez eterno,
Em um sonho, te vi bela,
De mãos enlaçadas, volitando pela Terra.

Entre paisagens monumentais,
Céus colorados e sensações descomunais.

Passeando pelo belo,
Coloridos pássaros se faziam concretos.

A beira de um lago,
Teu abraço era um afago.

Minha alegria era interminável e
Nessa noite tão real,
De surpresa tal,
Apenas a doce lembrança,
De ter tido você ao meu lado.

João Tozzi 01/06/2009