Já olhastes para tí hoje?
Já te vistes? Já sentistes o que é?
Olha-te, penetra-te, busca-te.
Perceberá que nada há,
Conhecerá, verá o vazio que há.
Ah, se te olhastes todos os dias!
Choras por medo?
Recusas o sofrimento?
Como diz Pessoa,
Pobre sombra fútil chamada gente.
O que fará agora que já fizestes?
Sobre aquilo, tornates isto.
Olha-te, enchergas agora?
Pobre grão de areia,
Levado, chutado, pisado,
Cuspido e abandonado.
Quereste talvez tornar-te rocha,
Mas rocha nunca serás,
Pois nacestes grão e grão morrerá.
João 14/07/08
"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)
segunda-feira, 14 de julho de 2008
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