"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Hora marcada

I

O Sol cai tímido,
Porém caía, ainda forte,
O grande caía lento,
Descia belo, parecia eterno.

Findava a tarde,
Aninciava sua filha,
A lua, que maravilha.

E assim passam-se os dias,
Ao longe vão-se as horas,
Aquele momento fica na história.

Cada minuto que passa,
Vai para nunca mais,
E nós, perdidos nos ponteiros,
Rodamos, rodamos e não nos achamos.

Esperdiçamos, não aproveitamos.
Vislimbro o Tutor do Sistema,
A balança dos mares,
Essa imagem em nossos altares.

II

Manhã serena,
Ar puro, brisa amena,
O céu parece puro,
Seu azul é púrpuro.

Nos primeiros momentos,
Com pensamentos ainda lentos,
Procuro me expressar com talento.

O Sol se faz herdeiro,
Nascendo para o dia,
Trazendo vida ao meio.
Não entendo!

III

Eu em todo esse tempo
Pareço a esmo,
Me torno instrumento.]

Instrumento da natureza,
Sendo amolado pela vida,
Para um dia ser usado.
Que marasmo!

E os sentimentos?
Frações de pensamentos,
Tortuosos e turbulentos.

Esses sentimentos,
Que desconheço,
Que lamento,
Que sofrimento!

Não entendo,
Não sou atento.

Em tempos te quero,
A muito te espero,
Já sinto teu abraço materno.

Como é bom,
Coforta e renova.

Esse perfume que me desconcerta,
Teu sorriso que me encanta,
Tropeço na vida com sua distância.

João 24/07/08

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