"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

domingo, 13 de setembro de 2009

Porque sou assim

Começo, escrevo, lembro,
Como nunca esqueci aquele olhar meigo,
Nunca deixei que esvaisse de minha mente, coração.

Porque sou essa emoção, esse coração, romance em desunião.
Sou esse caminho, essa escolha imposta.
E não há o que fazer a não ser,
Sentir e reprimir, nunca.

Sentir e sentir, porque sou essa emoção.
Essa lembrança,
Você em meu coração.

Porque faz tempo e você nele mora,
Você se fez morar em pobre lugar.
Porque sou esse coração, essa ilusão.
Você, linda, um sonho,
Em um fôlego, porque sou chagas.

E a chaga é a minha lição,
Meu moinho que gira em meu peito,
Trazendo a força motriz,
Que me leve, mesmo sem sorrir.

Porque não tenho sorriso,
Engano e me engano.
Tento, mas te guardo, porque adoro te guardar.
Tua lembrança em mim sempre a brotar.
Porque rego, cuido e cultivo,
Você, porque sou o agricultor, colheita de dor.

Porque a semente não é agora de amor,
É a semente do agricultor que planta a dor.
Mas eu cuido e cultivo e te rego e bendigo.
Te quero, te adoro, acho que amo.

Porque sou pensador,
No amor que traz a dor,
Porque me lembro e quero e penso.
Me lembro, me doe e doe.

Porque gosto, mas sofro, queria e não tenho,
Porque quero e não tenho, me lembro.
O pensamento, você, porque escolho e quero.

Porque odeio não te ter, mesmo na dor,
Odeio não te ter, odeio não doer.
Porque sou assim, você.

João 13/09/2009

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