"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O CANTO DO TIMONEIRO

Timoneiro, timoneiro
Guia de qualquer embarcação
Guia-te pelos teus belos mares
Guia-te pela tua imensa vida

Timoneiro, timoneiro
Homem honesto a seus anseios
Guia-te de encontro a seus sonhos
Tão bonitos como azul oceano

Timoneiro, timoneiro
Olhe a lua e as estrelas
Segue com sua jovem tripulação
Às terras mais alheias

Timoneiro, timoneiro
O velho homem Nagô
Espera-te no porto
Qual será o mistério desse cais?

Timoneiro, timoneiro
O velho Nagô lhe pede
Que leve seu jovem filho
Para as aventuras do além-mar

Timoneiro, timoneiro
"Nessas terras a vida é difícil
O chão é muito seco
E os homens são sofridos"

Timoneiro, timoneiro
Leve consigo as instruções
Das terras por onde navegas
Dos mares por onde andas

Timoneiro, timoneiro
Partes tão ligeiro
Navega as pressas rumo ao velho mundo
Com sua tripulação mundial

Timoneiro, timoneiro
Guia de tantas vidas
Leve esses pobres homens
Ao teu passeio de despedida

Timoneiro, timoneiro
Olhe as tormentas do mar
Nessa tarde tão escura
O sopro dos deuses estão a te afagar

Timoneiro, timoneiro
Seu timão não é mais seu parceiro
Sua naus não é mais sua casa
São apenas brinquedos no mar

Timoneiro, timoneiro
Alguém te ensinou a nadar?
Pois a madeira do navio
Já estaá no fundo do mar!

Timoneiro, timoneiro
capitão de sua tripulação
Agora no além vida
Pois a terra ficou para trás

Timoneiro, timoneiro
Tudo agora é mais calmo
Tudo agora é claro como luar
Aqui! Onde homens não são homens
As mercadorias não chegam
A nenhum lugar!
(David Lugli - 15/08/08)
* Naufragio de uma embarcação mercantil no caminho entre a AFRICA E A EUROPA.

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