Dilúvios na mente
Turbilhão impenssável
Sofrimento interno
Aprendizado sincero
No olhar uma mágoa
Sou apenas homem
Distânciando da criança
Que chora solitária
Dentro de meu apertado peito
O homem é um camelo
Que durante seu longo caminho,
Sofrido, em meio ao deserto
Carrega seu lombo com enorme peso
A criança chora em seu peito
E o homem camela em defeito
O olhar fosco e atordoante
Vê as paixões se tornarem delirantes
O homem reflete
E procura a criança
Magoada em seu peito
Pelo seu breve esquecimento
O homem camelo pena!
E quando se cansa
Pede a Deus
Que o faça novamente criança
E Deus justo como é!
Diz que esse feito não é possível
O homem é homem
E a criança é ilusão
Mas Deus o dá reflexão!
Pensamentos correm e fojem
E o homem camelo
Resgata em seu peito
O sonho de anteontem
E diz a si mesmo:
"Sou homem camelo
E carrego muito peso
E desejo tudo
E tudo desejo a todos
Quero ser homem criança
E nada desejar
Apenas olhar e rir
Apenas tocar e apreender"
E o homem camelo
Para em meio ao deserto
De tua pobre vida
E retira de seu lombo
Todo o peso que o atina
Voltando a ser apenas homem
Ele se sente solitário
E procura a criança que chora em seu peito
E lhe dá suas mãos
Nesse momento
Da cabeça do homem
Que agora também é criança
Nasce um enorme balão
Que ele agarra
E sobe em direção ao infinito criador!
(David / 28/10/2008)
OBS: Homenagem aos amigos e ao Super-Homem: Friedrich Nietzsche!
"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)
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