"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

MEU LUGAR

Quando nasci, aqui neste mundo, não encontrei meu lugar
Não havia tempo ou espaço que me fizessem rir.
Como que as conversas não tivessem cor
E todas as belezas, “admiradas”, fossem sem sabor.

De caminhar... Caminhava!
Rumo? Sim eu tinha, sem mesmo notar.
Via, eu, toda aquela paisagem. Que era o mundo.
Todo ele de braços e eu só de abraços em mim.

Que cai-se uma estrela
Que milagre via neste episódio?
Para mim, de querer cair... Caiu!
Deixou de ser para existir.

Pensava eu nisto ou naquilo,
E numa maré quebrante
Passava por cima de todos
Que sobre “isto” ou “aquilo” me infortunavam.

Deixe ser para estar.
No momento que alguém encontrava seu lugar
Eu sempre ia me despedindo
Sem nunca achar aquilo pelo qual comecei o que digo.

Fui então para lá; no alto, ver tudo por cima:
Milagre da natureza!
Tão semelhante somos as formigas
Escravos, bestas...
Tão homens, tão inconscientes de si.

E vocês, encontrando o que querem para ter:
Que fiquem. Eu já vou!
Pendurei no cometa e parti
Vejo vocês lá de cima (do sideral)
Suas antenas, seus braçais, amantes... Pensadores?

(DAVID – AGOSTO – 2010)

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