"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Querida espanhola

A cada passo vejo o passado,
A cada olhar, vislumbro esse altar,
Palco da história, nossa matrona,
Que ao lado mora.
Te vejo velha, mas te vejo acima nueva,
Te vejo fria, porém belíssima,
Te saudo nos teus becos,
Te acolho no meu peito,
Como fazes comigo agora.
Molhada te tornas romântica,
Ao trago do vinho, te tornas outra.

Falo de tí, tento,
Mostrar-te aos meus,
Como mostra-me dos teus.

Tua vida é simples,
Teu rítimo é lento e pacato,
Tua longa estadia te fez fortíssima.

Te olho, oh linda espanholha,
Me sinto em paz dentro de tí,
Me sinto frágil e forte,
Me torno pronto para a morte.

Mesmo por tí muitos passando,
Me vejo caido, me vejo vencido,
Aos teus pés, mostro-me só,
Entregando-lhe, oh,
Como nunca imaginaste antes,
Minha vida, meu momento.

Em tí querida Madri,
Dou gracas ao nostro Padre,
Puta madre que és,
És tu querida,
Madri.

Joao 28/11/08

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