Deitado sobre a mata
Me coloco a descansar
Encaixando a respiração
A forma do pensar
Mesmo estendido, exausto
Me presto a imaginar
Como seria se nada existisse
Diante do meu olhar
Quase vivenciando
O próprio pensamento
Sobre o não existir
Caio em profunda reflexão
Agora não mais homem
Não vejo limites a minha forma
E nem a minha própria existência
Não vejo, não ouço, não sinto
O que conheço, conheço por ser
Sou apenas, não aprendo, me transformo
Hora ali e aqui, mas sempre em tudo
E também em todo lugar
Não há vontades em ser
A não ser que a única vontade
É não ter vontade nenhuma
Há vida, mas não há vontades
Como se o espírito
Não mais habitasse o corpo
A prisão se torna vazia
E o eu já não mais existe
Parto então ao mistério
Que aos homens de cotidiano
Não passa de uma fantasia
Do seu próprio viver
Mas quando não mais
Se esta preso sobre o escombro
De pensamentos fragmentados
O mistério passa a ser a própria vida
Infinito como é
Não tem respostas as perguntas
Tudo é calmo, mas ao mesmo tempo
Repleto de sabedoria
Em pouco tempo ausente do corpo
O tempo se torna vago
E já não há pressa
Quando não se tem onde chegar
Mais ainda há penitencia
E o meu corpo se põe a despertar
Onde a dor é maior
Quando se tem o carma para carregar (David Lugli)
"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)
segunda-feira, 23 de julho de 2007
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