"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

EU NÃO TENHO RAZÃO

Pela janela de meus olhos
A razão me escapa
Entre os quadros de meus pensamentos

Na casa ou na escola
Na cidade ao lado
Ou dentro da escuridão
Nas nuvens a plainar
Sobre minha solidão
E eu sem razão

Na favela
Ou no planalto central
Aqui mesmo nesse local
A verdade se perde
E a vaidade se acha
E eu ainda sem razão

As crianças brincam nas praças
Os adultos em depressão
Na política o velho jogo
O povo na decepção
Fico eu em meu quarto
Sem o mínimo de razão

Nem na voz do mais próximo
Encontro a tal razão
Quando em minha própria alma
Ela não vê razão em ter razão

Corro como o vento
Suave e leve
E derrepende
Denso e pesado

Aí simplesmente me precipito
Sobre as ondas do mar
Que em razão do vento
Faz todas as ondas dançarem

A razão pela qual o mar
Ora está em alta
Ora está em baixa
É a mesma razão
Que o homem procura
Para explicar
Sua inconstância
Suas dores d`alma

E eu não vejo razão
Em entender tal situação
Uma vez que,
O mar e o vento
Não procuram pela mesma

Mas às vezes eu
Aqui calado sem razão
Procuro tal explicação
Sentado, olhando o nada
E imaginando o que existe
Por detrás dessa ilusão!

(David – 09/08 – Um dia de aprendizado)

Um comentário:

Sue Ellen disse...

O David tá em agosto já.. rss