"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

MAYA

Esse poema na verdade é um breve ensaio sobre uma figura muito importante na literatura Védica. Para maiores esclarecimentos, os Vedas ou antigos livros criados na India, possivelmente 5.000 anos atrás, são os primeiros relatos humanos sobre a odisséia do DEUS BAGAVAN KRISHINA sobre a terra. Dentre esses livros está incluso o famoso Bagava - Gita muito conhecido na cultura oriental e fonte de inspiração para cultura ocidental. Os Vedas segundo estudiosos foram os primeiros livros a tratar do assunto RELIGIÃO no mundo, sendo livros posteriores a ele como a biblia, alcorão e etc... muito inspirados nessa antiga matriz literária. Lendo esse humilde poema, vcs vão ver que algumas religiões são inspiradas nos vedas, inclusive o espiritismo.

MAYA
I
O peso da consciência humana
É o valor do conteúdo de nossa virtude
O incrível labirinto de MAYA
É o caminho pelo qual nos perdemos

Sentimentos ociosos atraem a contradição
Vemos e sentimos a essência material
Sobretudo, entendemos o mundo figurado
Viajamos pelo espaço e vivemos em curto tempo

Liberdade a nós autorizada
Pela manipulação da matéria
Liberdade afirmada
Pelo deslocamento do corpo
Livre-arbítrio concedido
Através da concepção do Karma
Luta incessante
Pelo nascimento autobiografado

A alma humana
Simples partícula do Universo
Influenciada pela atração universal de DEUS
Autoriza-se a incontáveis
Renascimentos pelo mundo
Corrompida pela aparência ilusória de MAYA

Maya ou natureza material
É um jogo de cartas marcadas
Entre DEUS e o DIABO

O DIABO, simples reflexo da oposição de DEUS
Se transfigura em ilusão
Por autorização do criador

Vale a alma humana
Transcorrer a penúria terrestre
Mas sensibilizada pela matéria
Se esquece do caminho
E sobre efeito ilusório
É corrompida pela mentira
Satisfazendo-se em vida concedida

II
Os animas, nossos irmãos
São as peças coadjuvantes
Do bizarro jogo de MAYA
Preso às leis da sobrevivência natural
Cumprem seu KARMA em determinismo astral

Os homens, união entre matéria e espírito
Encontra em seu íntimo a fagulha de DEUS
Sendo partícula desgarrada do universo
São corrompidos pela manipulação de MAYA

O universo, a quem nada deve
Emana luz sobre os mundos material e espiritual
Refletindo a todos os homens uma luz
Que se enfraquece
Quando admitimos o amor material

A falsa concepção da verdade
É uma catarata em evolução
Obstruindo nossa visão espíritual
Nos manipula na aridez da ignorância

MAYA é uma flor espinhosa
Aparentemente atraente e cheirosa
Exala certo perfume de vida
Mas o apego resulta sempre em ferida

MAYA é como os livros
Nos é capaz de ensinar o conhecimento
Nos diz sobre a verdade
E sobre a trajetória humana
Nos mostra o caminho exato
Ao eterno labirinto

MAYA é o próprio cárcere
Um cárcere prodígio e inteligente
Nos envolve com seus inúmeros braços
Nos envolve ao eterno nascimento

Não somos filhos de MAYA
Estamos preso a ela
Em uma cápsula corpórea
MAYA é a deusa da matéria
Animando seu nefasto mundo
Com as nossas almas!

(David)

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