"Aqui ninguém é louco. Ou então, todos o são." (Guimaraes Rosa, Primeiras Estórias)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Resposta a desordem reconhecida de um caro amigo

Ouço, dizem por ai,
e em um tal poema,
falar da desordem eu ouvi.

Sem muitas delongas falava-se dela,
sem muitas rimas citava-a como bela.

Com muito intusiasmo
se fez poeta nato,
e sobre a desordem natural,
se tornou um grande magistral.

Falava-se das rimas,
como supercifiais eram ditas,
no entanto caro amigo,
essa supercífie traduzida,
em rimas bem dizidas,
ainda fala sua escencia em grande categoria.

A natureza e a desordem,
pra você é o que predomina,
no entando ainda esquece,
da grande Lei de Harmonia.

Consegue ver o que teus olhos mostram,
a supercífie camuflada e desorganizada,
ficando cego para a ordem que na natureza é nata.

Átomos em atração e repulção,
seguindo em grande razão,
respeitando sempre a Grande Lei,
traduzida por Newton nosso irmão.

Desorganização, entre os pássaros ninho,
cego fico então, pois alí só se manifesta uma grande organização.
Se assim o fosse, desordem de prévia visão,
como haveria vida então?

Se livro em prateleiras te mostram desorganização,
uma coisa ainda é certa, cabe ao homem essa correção.
Livros em prateleiras a esconder obras do Pessoa irmão,
colocados, lá estão pelo ser humano fanfarrão.

A naturaza é grande sábia, sua Lei é imutável,
devido sua organização, conseguimos aprender,
em vida, grande lição.

Caro amigo, sejamos sempre,
como sanguem que nutre sua mente,
sempre, como o corpo organizado,
onde te fez materializado,
sempre organizado, para que assim,
aprenda fácil, que na natureza,
tudo ser fez organizado.

João Tozzi

2 comentários:

Sue Ellen disse...

Vou comentar os dois ultimos poemas ok..

Primeiro, me surpreendi. Muito. Os poemas estão cada vez melhores.. se olharmos lá no começo, dá pra notar uma maturidade intensa.. tanto quanto a forma, o lirismo, o sentido... os dois já têm estilos próprios! E a referência a Fernando Pessoa veio bem a calhar.. ele, que por muitas vezes questionou o desconcerto do mundo..
O desconcerto encontrado por aqueles que procuravam uma ordem. Tal ordem que, de repente, mostrou-se bela pelos olhos do poeta.
E eu, que sempre procuro a ordem em tudo..a explicação, a justificativa.. pude me questionar.. pra que procurá-la, se a beleza está mesmo no contrário?
O Jão tem ótimos argumentos, e seu poema se alinha com sua personalidade, assim como eu, procurando sempre uma ordem..

e, por fim, existe afinal uma verdade? creio que ela está nos olhos de quem a cria..

aii escrevi demais!

Parabéns, meninos!

David disse...

Mais o que mais gosto na desordem
É saber que nela há uma grande ordem
Cada coisa desordenada corresponde a uma ordem
Dentro de uma falsa bagunça (David, fragmento do poema passado)
jão seu barrota certinho o que vc disse, mais esse frag. do poema mostra um pouco do que quis dizer com tudo aquilo.